sábado, 8 de setembro de 2012


A lua se faz cheia e serena ao tempo presente de pássaros noturnos que bem dizem o futuro, como quem orquestra a esperança dos passos diários de cada dia vencido. A noite observa, com seus mistérios de escuro e luzes invisíveis, a cidade que ainda pensa. Conclamo a razão, longe das consoantes da indecisão, tateando o silencio das verdades etéreas, num momento de nada e onde tudo resta, mas o que mais interessa é esse entre olhares da lua, do ser e o espelho.

domingo, 26 de agosto de 2012

O alvorecer


                                                       O alvorecer
Roberta Cruz
Jornalista

Passaram três pássaros ao meu lado, eles se entreolharam e ao meu olhar sorriram translúcidos avistando o caminho de instantes enigmáticos da vida consciente de amor. A mágica está evidente entre o Ser que rege toda nossa gente e guia nossas pequenas falhas e o entendimento do prazer de ser e confiar no ar que respinga pingos de sabedoria no silêncio das nossas forças, para o homem entender a contar seus passos ao infinito.
Somos assim, pedacinhos de um nada em tempo de saberes, com longos turnos de indagações. Propositadamente, surgem dúvidas e nas nossas cicatrizes afirmamos certezas querendo destrinchar o saber do Uno, quando do contrário, nossas oscilações freqüentes são tempos para agirmos sobre nós, com dor ou com fome, mas aceitando o que somos dentro do que temos.
 Realmente, o valor do ser são cores de formas sensíveis, no conter e aceitar de tudo que se expressa. Seja acordando dispostos ou sonhando revelações, somos compostos de um escudo imaginário, fantasias de fatos ao elogio de cada passo dado em confirmações de grandiosidade no intimo de cada parte do que formamos.
Nada mesmo se faz de sons gritantes, a pintura do homem borra o desenho porque sua capacidade concreta é invisível ao toque dos anjos, que falam ao coração e não aos desenhos magnânimos do ego humano. Material incompleto desde tempos remotos, nossa receita não sai agradável ao espelho da perfeição, mas vai seguindo sua rota, firme nos sentimentos para a inovação das mentes, num tempo que não pára no importante inconsciente do nosso sentir e querer constante.
Compostos de carne e sangue lutamos e voamos em sonhos para construir num mundo de alvoreceres, a forma mais correta de entendermos como estamos agindo. Uma forma de aprender seja na fé seja na força, que uma voz invisível nos chama, para a consciência do perdão, descobrindo o amor a tudo e todos, tendo o lado da paz, um tempo novo, já sem a violência do elemento fogo, mas próximo ao ar limpo do homem novo das impurezas que lhe corrompe.
 Seremos felizes quando no fim desse abismo de diferenças aceitarmos com humildade o justo da igualdade de que tanto merecemos. Justiça, força e moral, não serão assuntos judiciais, mas estarão escritas no coração e nas faces dos homens, que com sua coragem aprenderão a pedir perdão e olhar ao alto, tocando o chão não mais para lamentações, mas para a colheita da nova era. Bem vinda terra nova que se desenvolve entre choros e rezas, mas certa de que agora é hora de ser completa!

domingo, 13 de março de 2011

Paira no ar o barulho dos pássaros, tantas melodias, quem será o maestro... Deus? Enfim ouço e me embriago, já não sou quem eu sou, agora, tonta de amor, me sinto um deles. Bate um gostoso vento, vento de inverno, a casa muda de cor a luz do dia, são meio-dia, tudo é amarelo...meu coração também...

sábado, 3 de abril de 2010

Chuva pela manhã

Sabedoria é se admitir, se sentir imperfeito, ser humilde em chão e céu. Agradeço o valor do meu amor, que aprendi a ter pequeno, sem ouros, sem altares, apenas o pé descalço e os braços abertos. Hoje a chuva acalentou o coração que se sentiu compreendido e amado, isso é o que reza o destino, é o que prende o caminho, o que define os traços coloridos das lágrimas e sorrisos que constituem nosso infinito.
Sou aquela que canta o amor no silêncio de um olhar meditativo, sou a felicidade que dorme tranquila por saber que sempre haverá mais uma vez.
Somos, enfim, as estrelas e seremos o presente sempre que o futuro vier!

Feliz Páscoa!!

quinta-feira, 9 de julho de 2009

um ponto de partida: palavras salvando minha melodia

Meus estranhos desejos. tão longos, tão tolos; saem e fogem como vento ou como fogo, nunca respirando aliviados por viver. Passo meu tempo tentando ter tempo para equilibrar minhas forças e acomodar meu coração numa melodia mais suave que a inconstância. mas os impulsos são maiores, os pontos de encontro rasos e o quê define a vida é a amargura de viver entre o tempo consolador e as horas que não passam.
Por que coração tão alado? por que ego tão frágil? nessas nuvens de temperamentos, a história ainda não é trágica, mas há momentos onde a dor consome a energia necessária e faltam expressões fortes para manter a serenidade.
Uns chamam loucos? outros insignificantes? sigo a caminho de casa, disposta a mudar o mundo, não o meu, tão desconfiado, mas brilhante, digo do profundo, do que ninguém vê e no qual estou mergulhada...
Águas do meu bem querer, queiram bem apesar de tudo....

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Os grilos
Nossos gritos
Chega:
O amor definitivamente é infinito




Não bebo
Só me embriago de beijos
Não cheiro
Só overdoses de rosas
Sou saudável
Só louca de amores




Ao passo do fim
O recomeço do disco
Pedindo para se dançar



Bate a porta
O cheiro novo
Do jasmim vizinho



Não faço caso
Estou livre
A cada novo passo


Peixe espada
Nessa guerra
A lua descansa em paz



As tesourinhas espalham
Cortes de amor
Pela tarde inteira



Tudo sempre
Nada pouco
Aliás, exatamente lilás




caçou
comeu
Depois sonhou
Ser onça



Ao passo do acaso
O vôo simples
Do pássaro

quarta-feira, 5 de março de 2008

misturas

Janelas abertas
No ar
Borboletas em alerta


Enquanto dança
A cigarra canta
A importância da chuva


Aos olhos
Todas as cores
No preto da noite



Pelas beiras
Beijo tua boca
Por inteira



Meio ambiente
O todo
De um meio ausente



Pelo tempo
Sempre confusas
São as formigas


Diante das formulas novas
Meus velhos textos
Amarelando o colorido novo


Mergulho da água
Sendo canção
Depois da chuva


Tanto prazer
Eu
Dentro e junto
De você

Quem ofereceu perfume
As amigas rosas
Ou aquele amor de outrora?



Dormiu a garça
No leio de um rio
O rio era branco
A garça cor de rio



Tardes frias
Cores
Cinzas

Na rosa
O sentido da prosa
Noel

Sapatos coloridos
Os pés e as cores cansam
Dos mesmos passos