domingo, 26 de agosto de 2012

O alvorecer


                                                       O alvorecer
Roberta Cruz
Jornalista

Passaram três pássaros ao meu lado, eles se entreolharam e ao meu olhar sorriram translúcidos avistando o caminho de instantes enigmáticos da vida consciente de amor. A mágica está evidente entre o Ser que rege toda nossa gente e guia nossas pequenas falhas e o entendimento do prazer de ser e confiar no ar que respinga pingos de sabedoria no silêncio das nossas forças, para o homem entender a contar seus passos ao infinito.
Somos assim, pedacinhos de um nada em tempo de saberes, com longos turnos de indagações. Propositadamente, surgem dúvidas e nas nossas cicatrizes afirmamos certezas querendo destrinchar o saber do Uno, quando do contrário, nossas oscilações freqüentes são tempos para agirmos sobre nós, com dor ou com fome, mas aceitando o que somos dentro do que temos.
 Realmente, o valor do ser são cores de formas sensíveis, no conter e aceitar de tudo que se expressa. Seja acordando dispostos ou sonhando revelações, somos compostos de um escudo imaginário, fantasias de fatos ao elogio de cada passo dado em confirmações de grandiosidade no intimo de cada parte do que formamos.
Nada mesmo se faz de sons gritantes, a pintura do homem borra o desenho porque sua capacidade concreta é invisível ao toque dos anjos, que falam ao coração e não aos desenhos magnânimos do ego humano. Material incompleto desde tempos remotos, nossa receita não sai agradável ao espelho da perfeição, mas vai seguindo sua rota, firme nos sentimentos para a inovação das mentes, num tempo que não pára no importante inconsciente do nosso sentir e querer constante.
Compostos de carne e sangue lutamos e voamos em sonhos para construir num mundo de alvoreceres, a forma mais correta de entendermos como estamos agindo. Uma forma de aprender seja na fé seja na força, que uma voz invisível nos chama, para a consciência do perdão, descobrindo o amor a tudo e todos, tendo o lado da paz, um tempo novo, já sem a violência do elemento fogo, mas próximo ao ar limpo do homem novo das impurezas que lhe corrompe.
 Seremos felizes quando no fim desse abismo de diferenças aceitarmos com humildade o justo da igualdade de que tanto merecemos. Justiça, força e moral, não serão assuntos judiciais, mas estarão escritas no coração e nas faces dos homens, que com sua coragem aprenderão a pedir perdão e olhar ao alto, tocando o chão não mais para lamentações, mas para a colheita da nova era. Bem vinda terra nova que se desenvolve entre choros e rezas, mas certa de que agora é hora de ser completa!